sexta-feira, 21 de maio de 2010

Em alto mar

O mar agitado em fluidos de amor
Ondas espalham espumas de dor
Navios machucam as feridas da água
A maré se revolta de tanta magoa
O Grande navio geme com a fúria do mar
A proa pende quando o vento chega a machucar
Na neblina que surge pra enlouquecer
As velas furadas não querem descer

Joguem a âncora! Grita o capitão
Uma onda gigante paralisa a tripulação
Atingindo o barco que começa a afundar
Ouvi-se um grito das águas dizendo “homem ao mar”.

Enedina

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pérola


Colhendo pedras na praia
Vi enterrada e deprimida
Uma concha branca do mar
Que veio para a areia buscar
A sua pérola perdida


 Comecei a procurar
Como se ela fizesse parte de mim
A pobre concha se desenterrou
Quando a onda do mar passou
E levou ela dali 
Continuei a procurar
Com desespero e euforia
Os banhistas a passear
Poderiam pisotear
A pequena pérola em agonia


 De repente a onda arrasta a areia
E uma linda pérola se revelou
Joguei-a no mar
Para que possa procurar
Sua concha que o mar levou

Enedina



terça-feira, 18 de maio de 2010

Na margem do rio piedra eu me sentei e chorei

 Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças.

O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas em meu rosto, e elas se misturaram com as aguas geladas que correm diante de mim.


Paulo coelho

Eclipse


Paro pra ver o céu em noite de outono
O vento afasta folhas e também meu sono
Fecho os olhos e sinto uma lágrima percorrer
Meu rosto que já começa a desfalecer 

Ajoelho-me e sinto a terra fria
Ponho a mão no meu peito e me sinto vazia
Olho pro alto e folhas prendem-se ao me levantar
O eclipse já começou, hora de voltar. 
Voltar de onde nunca deveria ter saído
onde nasci e morri com o coração ferido
onde não vejo a luz do dia
nem a noite com sua jornada fria

Escondendo-me nas sombras das noites
fugindo do eclipse num açoite

Enedina