sábado, 9 de outubro de 2010

Emcontrei minha cara metade

É encontrei sim
Depois de muito esperar
Depois de muito sofrer com um vazio enorme no peito
Depois de chorar noites sozinha
Encontrei minha cara metade...
E aquelas noites que eu chorava sozinha
não existem, a não ser de felicidade
E sabe aquela longa espera?
Valeu realmente a pena
E sabe o que eu fiz com aquele vazio enorme no meu peito?
 Nada...
Ele me deu um novo coração!
onde não sinto cicatrizes passadas
nem vazio nenhum
sabe porque?
  Porque ele me completa.



Enedina

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meu amor

Esperei tanto por esses momentos
momentos em que você me abrassaria em quanto choro
em que te peço pra medar um beijo quando estou carente
em que deito no seu peito quando quero colo
e sentir o amor que so agente sente
 Esperei tanto por esses momentos
momentos em que você pede pra eu te acalentar
e fica me olhando sem ter o porque
momentos em que pede pra eu me calar
e me beija na madrugada sem eu perceber.

Enedina
                                               


domingo, 3 de outubro de 2010

Nova fase...

Estou numa fase que na literatura gótica se chama "faze da água".
Onde tudo flui, onde tudo corre, onde nada é mais trasparente que a realidade vivida! pois bem... Essa é uma daquelas fases que, em um instante temos a linha do horizonte em nossa frente, podemos enxergar alem do mar. Mas para chegar ate ela, temos que ter um barco firme e forte pra suportar tempestades e sol escaldante. em um instante temos o mar, no outro temos a morte!
a estrutura arrebenta, e lá se vai todos os sonhos, todos os planos de novos horizontes.
Mas temos um barco forte, com velas firmes, e o vento esta a nosso favor!
e a linha do horizonte?...jamais alcançada...espera por nós.


Enedina

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O eco de um adeus

Fecho os olhos e vejo você partir
um olhar de solidâo invade minha alma
com o rosto cheio de lagrimas imploro que nao vá
mais apenas um eco se escoe no ar
um vento gelado entra pela minha porta
e a neblina de uma noite sombria tira você de minha vida
estou angustiada, sem vontade de viver
pois tudo que mais amo se foi diante de meus olhos
vi você partir e em minha vida ficou apenas o eco de um adeus
Enedina

A partida

Para além mar
Quem foi o meu algoz,
Que me prendeu e fugiu
Que numa corrida veloz
O amor belo descobriu
 Cravando no peito um lamento,
Uma música triste a cantor
Vendo, seu barco ir longe ao vento
Deixando-me triste a chorar...
Pensei, que seria a saudade uma amiga
Mas ela só me trouxe essa dor...
Foi um caminho só de ida
E foi para longe meu amor.


Enedina

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sem você não sou ningém e...


 Mesmo se eu acordasse com toda a riqueza,
                    E possuísse o mundo e o reino de persas,
                              Para mim não valeria uma asa de inseto
                      Se meus olhos não contemplassem tua figura


Enedina

...

 Preserve sempre um segredo, e a ninguém o confies.
Pois quem confia o segredo já o perdeu.
Se em teu peito não cabe o teu segredo
Como poderia ele caber no peito de um outro?


Enedina

sábado, 31 de julho de 2010

Sonhei contigo ontem

Sonhei contigo ontem. Não mando em meus sonhos, eles são meio rebeldes e invariavelmente me levam a você. Sonhei com teu beijo inexistente que me deixou um vago sabor de morango na boca. Acordei com saudades de te ver, do teu sorriso, das longas conversas sobre nada.
Sonhei com carícias longas, daquelas que duram horas, sonhei com tua boca que promete tantas coisas. Acordei assim, inquieta.
Hoje, nesse momento, se eu pudesse... Mesmo sabendo de todas as impossibilidades eu queria te ver, ignorar tuas meias-verdades, deixar de lado as palavras eficientes e vazias, e passar uma tarde à toa, deslizando minha língua devagar pela tua pele, conversando sobre coisas importantes e sobre o nada, rir e ter você em doses alternadas. Era o que gostaria hoje, mas as impossibilidades dançam à minha volta e você está distante.
Pensei em várias coisas para dizer, em maneiras de me expressar, e achei que, escritas, as palavras seriam mais fáceis de ser ditas, mas não são, e o pior é que elas não podem ser enviadas com um olhar anexo, um sorriso, um afago. Se eu disser algo errado elas não voltam.
Mesmo assim vamos tentar.
 Sem te ver fica mais simples. Ainda ontem, quando te vi, minha única intenção era dizer essas coisas, aceitar o desejo como fato e depois partir, mas tua boca me deu outras idéias. Gosto dela, do teu sorriso, e terminamos do jeito de sempre.
Você obedeceu admiravelmente ao meu pedido de que precisava desligar, mas fazendo isso parece ter ficado mais forte e eu mais fraco.
Inferno!
Era para ser uma carta de expressão, e eu aqui divagando.
Como pode ver, sou complicada e confusa. Escolho sua versão de sonho quando quero o real em minhas tardes, ao menos em uma delas.
Você conhece mais de mim do que eu gostaria de admitir...
Ah! Mesmo que não perceba, em anexo vai um sorriso bobo, um afago e um beijo rápido...
Por que eu tenho certeza que chego antes dessa carta pra fazer tudo o que nela diz.

Enedina

Em quando isso á noite...

 O desejo que me sufoca
O desejo que me ofega
O desejo que em provoca
O desejo que não sossega
A saudade que me domina
A saudade que me enlouquece
A saudade que me envenena
E que não desaparece
 

Enedina

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Clareia



A lua vai clareando
As flores e as folhas que se desfazem
Ao meu caminhar...
Ando por vielas onde lua não ilumina
E nem a luz da fé reluz...
É só penumbra e angustia, e todas essas pessoas aqui
Só me fazem pensar que viver é não olhar para o horizonte...
Caminho sem olhar para os lados.
Entre terços, velas e números meus olhos se perdem:
Labirinto sem fim é a vida
Como esses muros de pão e vinho
E ares de medo entre o desconhecido e a esperança...
Aqui não nascem flores, nem eu caminho feliz
Mas mesmo assim miro meus olhos
No infinito e vou...
Enedina

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O inevitável


Não quero ir
Não quero
Não
O cortejo
O choro
As velas
A cova
A reza
A rosa
E eu


Enedina

quarta-feira, 7 de julho de 2010

VOCÊ



Muitas noites, eu chorei pra dormir
Agora que você me ama, eu me amo
Eu nunca pensei que diria isso
Eu nunca pensei que haveria você
Evanescence"You"(estrofe traduzida)

Por que se um dia me render...

O desespero bate mais uma vez em minha porta
Perguntando se não quero partir
Exausta penso em me render
Mas abro os olhos e passo a aperceber
Que o real não estava ali

Meus suspiros chegam a me perturbar
Meu corpo faz as vontades do colchão
Minha mente completamente esgotada
Minha boca já cansada
Luta contra o chão
Meus braços não respondem
Minha voz não se esforça pra sair
Estou sem forças pra continuar
E talvez quando o sol desabar
Pensarei em prosseguir

Em quanto isso me deixe aqui
Não bata mais na porta do meu eu
Por que se um dia me render
E não vou mais perceber
Que o real me pertenceu

Enedina

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O amor de Juliet I

Numa noite mal dormida Juliet teve um pesadelo, de que estava sendo possuído por uma alma chamada Arthur. O mesmo lhe falou em alto bom som “Você Juliet, foi à escolhida, escolhida pra me amar, pois fiz um pacto com um anjo torto, que me prometeu que você iria me amar avassaladoramente em troca da minha alma”. Amanhã quando acorda, estará me amando.
Arthur era um homem sem crença, sem amor, sem carinho, sem ninguém. Que nunca conseguia amar qualquer tipo de criatura, nem mesmo quando criança, que renegou o peito da mãe!Nunca sentiu vontade de amar, mas sentia falta de ser amado e desejado.
De fato quando o dia chegou e Juliet saiu para o campo, ela tinha no pescoço a marca de uma garra. Ela correu, subiu a montanha, no topo sentou-se. Sua s roupas sujas do orvalho, olhava para cima , levava a mão a testa e olhava para todos os lados, parecendo procurar alguém, mas esse alguém anão vinha.
A noite chega, e depois desse longo dia de angustia, Juliet desceu a montanha com passos lentos e a todo instante olhava para traz, pois jurava escutar passos seguindo-a. Ela ia embora assim, triste e desolada com a cabeça baixa e seu peito inchado de suspirar. Então Arthur aparece em seguida, pôs-se a saltar em direção a ele. 
Juliet olhou-o com amor, com vontade e desejo, já ele olhava para ela como se olha para os bosques. Ela chamou pelo seu nome, ele foi surdo a seus gritos. Arthur! Arthur - disse ela com desespero, escute! Ela correu atrás dele, agarrou-se em suas roupas, soluçava e seu coração batia violentamente, chorava de amor e se arrastava de joelhos pelo chão.
Arthur parou, olhou por um instante e continuou seu caminho... Athur me escute, pois eu o amo! Dizia ela tentando se levantar para alcançá-lo, venha viver comigo junto ao mar, ate morremos de amor um pelo outro, olhe para mim Arthut. Caiu novamente, seus joelhos dilacerados e cobertos de sangue de tanto arrastar-se pelo cascalho, estendeu sua mão lentamente debruçada dizendo - Não se vá meu amor! E se for me garanta que virá a manhã, por favor!
E ele deixou escapar de seus lábios desdenhosos três palavras – Até amanhã Juliet.
 E ela correu com uma loucura em direção a montanha e nunca mais voltou pra casa.


Enedina

O amor de Juliet II


Juliet esperava por Arthur dia e noite, correndo sobre as rochas, esperava-o chorando... E de vez em quanto ia ao vilarejo em busca de comida e água, e assim se passaram quatro anos.
De dia ela passava na praia escutando o mar olhando para todos os lados para ver se ele estava chegando. Quando o sol se escondia por traz do mar ela caia de cansaço então adormecia na areia. Acordava atordoada a noite e ia em direção ao ponto mais alto da montanha com suas longas vestes brancas seu cabelo em desordem e seus gritos de dor, ficava horas sentada numa rocha contemplando a luz e as ondas que vinha quebrara na praia.
Seus cabelos estavam brancos, pois a desgraça a envelheceu... Suas roupas rasgadas e seus pés calejados de tanto andar na terra, suas mãos rachadas pelo frio e pelo ar áspero do oceano. E ela estava pálida e magra, tinha os olhos fundos e apagados, sua boca estava entre aberta. Mas ainda tinha a tez dourada e queimada pelo sol, ainda tinha aquele olhar estranho que seduzia e atraia, ainda era a mesma alma apaixonada.
Quando via um homem, corria em sua direção, jogava-se aos seus pés, e o chamava de Arthur, e depois logo se afastava triste e desesperada dizendo: Não é ele, não é ele!
Era uma bela noite, radiante de estrelas, toda calma como o mar, que vinha levemente contra as rochas. Juliet estava lá sempre sonhadora e esperançosa...Então não sei se era um sonho, mas Arthur apareceu para ele com mesmo olhas frio, e movimentos silenciosos.
-Estava a sua espera-Disse Juliet
Sua voz tremia
-Sente-se comigo sobre esta rocha
Arthur então disse: Porque me pediu para vir aqui?
- Por quê?...Ó Arthur... Mas eu o amo! Quando você vê esse meu sorriso (então passou o braço em volta a cintura dele), quando sente o meu hálito, quando meus cabelos roçam em tua boca, diga, não bate nada mais forte em sue peito?
-Não! Respondeu rapidamente.
Mesmo assim ela o contemplou, aninhou-se em seu peito, encheu-o de beijos e carinhos, e ele se mantinha calmo sob os abraços, frio sob os beijos.
Precisava ver esta mulher se esgotando de ardor, expressando tudo o que ela tinha, amor, paixão poesia, Juliet palpitava de amor. E Arthur permanecia imóvel e com o mesmo olhar de desprezo.
Juliet estava esgotada depois de tentar o ultimo esforço de amor sem nenhum resultado...E correu em direção aos mais altos rochedos e lançou-se num salto, fez-se um silencio de alguns segundos, e Arthur ouviu um barulho de um corpo pesado caindo na água.
 Arthur permaneceu imóvel no mesmo lugar que Juliet havia o abandonado por horas, ate que uma onda estendeu sobre a areia o corpo de Juliet já morta.
Arthur levantou-se e foi olhar de perto... Tocou sua mão com a ponta dos seus sapatos e percebeu que ali não havia mais alma, e permaneceu de pé olhando vagarosamente o corpo aos seus pés por horas ate que uma onda forte veio e a arrastou para as profundezas do oceano.
Uma chuva fina e abundante escurecia a luz duvidosa da lua, o vento vergava as flores, havia no ar como um barulho estranho de lagrimas e de soluços, parecia gemidos roucos e murmúrios, elevando-se do mar com uma voz em forma de canção que dizia:
 No mar te esperei
No mesmo mar eu morri
Sob o mar retornei
Para perto de ti
Venha comigo agora
Conhecer a parte debaixo do mundo
Por favor, não demora.
Vamos viver no azul profundo

Enedina

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A morte de D. Barthor


Ele abre os olhos, sente-se rodeado de longas dobras, livra-se delas, apalpa com as mãos tremulas a madeira que o rodeia, sobre sua cabeça, ao seu redor, em todo lugar... Em todo lugar.
Ele tateia a si mesmo e sente-se nu. Oh! É um sonho, um sonho horrível, infernal, um pesadelo opressivo, que afasta qualquer idéia de eternidade, pois ele quer é se agarrar na vida!
 Mas a eternidade esta aqui, aqui pobre face deitada condigo, em teu leito de núpcias, atraindo-te para ele, rindo atrás de tua cabeça com o esgar de demônio.
Oh não! É impossível! Quis adormecer novamente. Esquecer tudo isso, atordoar-se de ante a realidade, apagar do pensamento essa massa de chumbo que pesava na sua cabeça.
 No entanto seu 1° pavor foi mudo e calmo. Oh! Não- Dizia ele querendo iludir-se. Morrer assim num túmulo, morrer de desespero e de fome - Ele tocava tudo que o rodeava. Mas estou louco!Essa madeira, bem, é a minha cama, este tecido? Meu lençol... Inferno! Um túmulo. Uma mortalha - e soltou uma daquelas risadas amargas que teriam escoado bem alto se não estivesse em um túmulo.
Morrer! Morrer assim, sem socorro, sem piedade? Oh não! Sairei deste inferno, sairei desse túmulo.
 Chorava de raiva, arrancava os cabelos, xingava a vida, ele tão cheio de força e saúde! Quantas lágrimas derramou sobre suas mãos! Quantos gritos soltou em seu túmulo! Quantos ataques de ódio teve em seu caixão! Pegou sua mortalha, rasgou-a com suas unhas, fizera em pedaços com os dentes.
Finalmente parou com seu desespero, estendeu-se na tábua e pensou em Deus.
Um raio de esperança veio brilhas em seu túmulo. Pensou em sua alma no qual duvidava há muito tempo, acreditou em Deus, contra quem blasfemava há pouco. Aguçou os ouvidos, ouviu, sobre sua cabeça, um barulho fraco e leve, parecia remexer a terra, e o som aumentava, sorrio de felicidade, juntou as mãos e rezou a Deus: Oh! Obrigado, obrigado, devolveu-me a vida, não morrerei neste túmulo frio!
 Ouviu nitidamente passos de homens sobre sua cabeça e pensou – Oh! Vieram me libertar, com certeza alguma alma caridosa que percebeu que nesse tumulo existe vida, existe um homem em vês de um cadáver.
Os passos se aproximaram depois se afastaram; e tudo ficou calmo novamente.
Era o coveiro que vinha buscar sua picareta que tinha esquecido, e como estava chovendo, temia que enferrujasse. O mesmo viu um cão sujo, coberto de lama que se deitava, cheirava e cavava a terra desesperada mente, o pobre cachorro era Fox, o animal de estimação da aquele pobre homem que se encontrava a sete palmos do chão. Que todas as noites deitava junto com ele, ao lado da cama, “Fox? Fox? Vem cá garoto! Venha deitar-se ao meu lado”. Dizia seu dono. 
O homem se chamava D. Barthor, um homem poderoso e muito invejado por todos seus familiares, por ser muito avarento todos o desejavam-lhe a morte.
Numa noite fria, com febre D. Barthor se encontrava, e com um plano cruel seus familiares resolveram dar um fim na vida do pobre homem que já de tanto frio havia desmaiado.
 Como um funeral particular, ninguém queria a presença de pessoas que poderiam suspeitar do plano. Em quantos todos encenavam choros, seu leal Fox agonizava de dor por perder seu dono que tanto o queria bem!
Sem desconfiar de nada, neste momento D. Barthor pôr-se a rir de desespero por não ouvir, mas os passos, então por sua antiga crença não o salvou, resolveram chamar pelas profundezas. O inferno veio ao seu socorro, e lhe deu a blasfêmia.
 Primeiro ele renegou a Deus, depois ele o insultou, depois sorriu e disse – Ora! Ode está o criador de tudo? Capaz de devolver a vida? Se existe mesmo, liberta-me!
Ele arrancava os cabelos e dilacerava o rosto com as unhas – pensa que eu vou rezar na minha hora derradeira? É a cabeça de um morto que vão encontrar em meu lugar.
Seus dentes batiam como os do demônio quando foi vencido por Cisto, estava furioso e pulava, rolava em seu túmulo e amaldiçoava Deus com gritos na boca e o desespero na alam – Onde está Deus? Que prazer tem em me ver sofrer? Porque não quer que eu creia em ti?
Então ele parou assustado com sua blasfêmia. Teve medo e tremeu. A terra poderia ceder e ele ainda tinha ar suficiente para respirar por algum tempo. Ria encolhido em seu túmulo, o rosto voltado para o céu, que pra ele eram tabuas do caixão!
 Ele ouvia apenas os latidos do seu cão que chorava sua morte, ou que adivinhava sua desgraça – pobre amigo disse ele, derramando uma lágrima de ternura, uma única que o aliviou.
Estava cansado e com fome, e nada pra por entre os dentes! Finalmente pôs-se de bruços, curvou-se como uma bola, fez força para quebrar seu caixão. E, inclinado fez força, sacudidas de forma convulsiva, para fazer dobrara aquela tabua dura como ferro.
 Finalmente, com um ultimo esforço de raiva, ele o quebrou. Ao ver o túmulo entre aberto, ou melhor, sentindo seu caixão ceder sob suas costas, um riso vitorioso explodiu em sua boca, acreditou estar livre. Mas a terra estava lá com sete pés de altura, a terra que iria esmagá-lo se fizesse o mínimo movimento, pois sustentada até então pelas tabuas do caixão, não podia mais se manter em sua posição primeira, e ao menor deslocamento das tabuas, cairia.
Permaneceu longamente imóvel: por fim quis tentar um ultimo gesto que poderia mata-lo ou salva-lo, quis levantar-se bruscamente e atravessá-la com a cabeça. O desespero o levou a loucura.
Levantou-se. Mas a tábua do caixão inclinou-se sobre sua cabeça.
O bom coveiro aborrecido com os latidos melancólicos do cão resolveu ver o que lá havia de tão interessante, cavou a terra na esperança de encontrara algo, um tesouro talvez...
Ora! Algo o espantou, encontrou um caixão quebrado, levantou então as tabuas, eis o que ele viu e o que contou mais tarde fazendo-se passar por destemido.
“O cadáver estava de bruços, sua mortalha rasgada, e sua cabeça e seu braço direito estava sob seu peito, quando o virei com minha pá, vi que tinha cabelos em sua mão esquerda, ele havia devorado seu ante braço, seu rosto fazia uma careta que deu medo...e não é por menos, seus olhos estavam esbugalhados, os nervos de seu pescoço estavam rígidos e tensos, vi dentes brancos como marfim, pois seus lábios verdes, levantados pelo canto, mostrava sua gengiva como se estivesse rindo ao morrer”.
 Quanto a Fox, deixou o cemitério, foi correr nas colinas, e todas as noites ele caminhava ate o cemitério, agonizando! Pois quando a neblina se estendia no chão, ele via um vulto caminhando em direção ao túmulo que o chamava para junto dele “Fox? Fox? Vem cá garoto! Venha deitar-se ao meu lado”.


Enedina

Esperando você

Eu sei onde encontrar você
Eu vou procurar você
Eu ouço sua voz no vento
Eu sinto você sobre minha pele
Dentro do meu coração e da minha alma
Eu espero por você

Todas essas noites sem você
Todos os meus sonhos envolvem você
Eu vejo e toco seu rosto
Eu caio nos seus braços
Quando o tempo é certo, eu sei.
Você estará em meus braços
 Eu fecho meus olhos e encontro um caminho
Eu andei tanto
Eu lutei tanto
Nada mais a explicar
Eu sei que tudo o que restará
É um amor

Você sabe onde me encontrar
Você sabe como me procurar
Antes que as luzes se apaguem
Seja o único homem a dizer
Que você me dará seu amor
Que você ficará pra sempre


Enedina

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A morte da rosa

Num estranho jardim
Frio e úmido
Mora um rosa cansada
Que sofre calada
Presa a um túmulo

Encontre-a deprimida
Sem cor, sem vida.
Suas pétalas aveludadas
Pareciam ter sido arrancadas
Por uma alma perdida
Branca era sua cor
Seu brilho não mais habitava
Tomei-a em minhas mãos
E na profunda emoção
A rosa sangrava

Lá se vai mais um flor
Que morre sem carinho
O vento tão forte soprou
Que á despetalou
Espalhando-a pelo caminho

Enedina

sábado, 5 de junho de 2010

Sob Chuva


Saiu pelas ruas sem ruma
Procurando teu cheiro
Procurando por nós
Entro em desespero
Quando vento sopra tua voz
 
Mas uma noite sem você aqui
Sinto a chuva nos meus joelhos
Minhas lágrimas no chão
Que trasbordando paixão
Escorrem pelos bueiros
No chão sinto os teus passos
Na água a deslizar
Mas você esta tão distante
Queria ao menos nesse instante
Aos teus ouvidos chegar

Murmúrios de desejo
Suspiro apaixonada
Tua voz me faz dormir
Quando ligo para ti
Altas horas da madrugada

Há como eu quero te abraçar
Beijar-te lentamente
E quando o tempo passar
E esse dia chegar
Realizarei-me completamente

Enedina

sexta-feira, 4 de junho de 2010

°°°°°

Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões - mas tudo é Passageiro, e não deixa marcas. E, no futuro, podemos olhar para trás com orgulho e fé.
Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem "sofra" como aqueles que tem um sonho a seguir.


Paulo Coelho

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Rubi


O anel que me destes
Em prova do seu amor
Ainda guardo entre os dedos
Dentro dos meus segredos
Ao lado de minha dor

A mesma pedra, o mesmo brilho.
A mesma cor rubi
Entre os dedos permanece
Em minhas mãos adormece
E também acorda aqui
Vou guardá-lo de lembrança
Dos momentos que vivi
E também recordar o quanto
Do seu lado eu sofri

A cor já não importa
Esconde-se entre minhas feridas
Com o sangue se mistura
Deixando naquela estrutura
As gotas de nossas vidas.

Enedina

Lágrimas


Escorre pelo meu rosto
Como larva de um vulcão
Deixando marcas por onde passa
Estacionando em minhas mãos
Deixando-me prisioneira
Das minhas próprias emoções
Queimando minha face
Deixando-me sem condições

Condições de prosseguir
Com a cabeça erguida
Pois de tanto me fazer chorar
Em meu rosto fez ferida

Enedina