quarta-feira, 30 de junho de 2010

O amor de Juliet I

Numa noite mal dormida Juliet teve um pesadelo, de que estava sendo possuído por uma alma chamada Arthur. O mesmo lhe falou em alto bom som “Você Juliet, foi à escolhida, escolhida pra me amar, pois fiz um pacto com um anjo torto, que me prometeu que você iria me amar avassaladoramente em troca da minha alma”. Amanhã quando acorda, estará me amando.
Arthur era um homem sem crença, sem amor, sem carinho, sem ninguém. Que nunca conseguia amar qualquer tipo de criatura, nem mesmo quando criança, que renegou o peito da mãe!Nunca sentiu vontade de amar, mas sentia falta de ser amado e desejado.
De fato quando o dia chegou e Juliet saiu para o campo, ela tinha no pescoço a marca de uma garra. Ela correu, subiu a montanha, no topo sentou-se. Sua s roupas sujas do orvalho, olhava para cima , levava a mão a testa e olhava para todos os lados, parecendo procurar alguém, mas esse alguém anão vinha.
A noite chega, e depois desse longo dia de angustia, Juliet desceu a montanha com passos lentos e a todo instante olhava para traz, pois jurava escutar passos seguindo-a. Ela ia embora assim, triste e desolada com a cabeça baixa e seu peito inchado de suspirar. Então Arthur aparece em seguida, pôs-se a saltar em direção a ele. 
Juliet olhou-o com amor, com vontade e desejo, já ele olhava para ela como se olha para os bosques. Ela chamou pelo seu nome, ele foi surdo a seus gritos. Arthur! Arthur - disse ela com desespero, escute! Ela correu atrás dele, agarrou-se em suas roupas, soluçava e seu coração batia violentamente, chorava de amor e se arrastava de joelhos pelo chão.
Arthur parou, olhou por um instante e continuou seu caminho... Athur me escute, pois eu o amo! Dizia ela tentando se levantar para alcançá-lo, venha viver comigo junto ao mar, ate morremos de amor um pelo outro, olhe para mim Arthut. Caiu novamente, seus joelhos dilacerados e cobertos de sangue de tanto arrastar-se pelo cascalho, estendeu sua mão lentamente debruçada dizendo - Não se vá meu amor! E se for me garanta que virá a manhã, por favor!
E ele deixou escapar de seus lábios desdenhosos três palavras – Até amanhã Juliet.
 E ela correu com uma loucura em direção a montanha e nunca mais voltou pra casa.


Enedina

O amor de Juliet II


Juliet esperava por Arthur dia e noite, correndo sobre as rochas, esperava-o chorando... E de vez em quanto ia ao vilarejo em busca de comida e água, e assim se passaram quatro anos.
De dia ela passava na praia escutando o mar olhando para todos os lados para ver se ele estava chegando. Quando o sol se escondia por traz do mar ela caia de cansaço então adormecia na areia. Acordava atordoada a noite e ia em direção ao ponto mais alto da montanha com suas longas vestes brancas seu cabelo em desordem e seus gritos de dor, ficava horas sentada numa rocha contemplando a luz e as ondas que vinha quebrara na praia.
Seus cabelos estavam brancos, pois a desgraça a envelheceu... Suas roupas rasgadas e seus pés calejados de tanto andar na terra, suas mãos rachadas pelo frio e pelo ar áspero do oceano. E ela estava pálida e magra, tinha os olhos fundos e apagados, sua boca estava entre aberta. Mas ainda tinha a tez dourada e queimada pelo sol, ainda tinha aquele olhar estranho que seduzia e atraia, ainda era a mesma alma apaixonada.
Quando via um homem, corria em sua direção, jogava-se aos seus pés, e o chamava de Arthur, e depois logo se afastava triste e desesperada dizendo: Não é ele, não é ele!
Era uma bela noite, radiante de estrelas, toda calma como o mar, que vinha levemente contra as rochas. Juliet estava lá sempre sonhadora e esperançosa...Então não sei se era um sonho, mas Arthur apareceu para ele com mesmo olhas frio, e movimentos silenciosos.
-Estava a sua espera-Disse Juliet
Sua voz tremia
-Sente-se comigo sobre esta rocha
Arthur então disse: Porque me pediu para vir aqui?
- Por quê?...Ó Arthur... Mas eu o amo! Quando você vê esse meu sorriso (então passou o braço em volta a cintura dele), quando sente o meu hálito, quando meus cabelos roçam em tua boca, diga, não bate nada mais forte em sue peito?
-Não! Respondeu rapidamente.
Mesmo assim ela o contemplou, aninhou-se em seu peito, encheu-o de beijos e carinhos, e ele se mantinha calmo sob os abraços, frio sob os beijos.
Precisava ver esta mulher se esgotando de ardor, expressando tudo o que ela tinha, amor, paixão poesia, Juliet palpitava de amor. E Arthur permanecia imóvel e com o mesmo olhar de desprezo.
Juliet estava esgotada depois de tentar o ultimo esforço de amor sem nenhum resultado...E correu em direção aos mais altos rochedos e lançou-se num salto, fez-se um silencio de alguns segundos, e Arthur ouviu um barulho de um corpo pesado caindo na água.
 Arthur permaneceu imóvel no mesmo lugar que Juliet havia o abandonado por horas, ate que uma onda estendeu sobre a areia o corpo de Juliet já morta.
Arthur levantou-se e foi olhar de perto... Tocou sua mão com a ponta dos seus sapatos e percebeu que ali não havia mais alma, e permaneceu de pé olhando vagarosamente o corpo aos seus pés por horas ate que uma onda forte veio e a arrastou para as profundezas do oceano.
Uma chuva fina e abundante escurecia a luz duvidosa da lua, o vento vergava as flores, havia no ar como um barulho estranho de lagrimas e de soluços, parecia gemidos roucos e murmúrios, elevando-se do mar com uma voz em forma de canção que dizia:
 No mar te esperei
No mesmo mar eu morri
Sob o mar retornei
Para perto de ti
Venha comigo agora
Conhecer a parte debaixo do mundo
Por favor, não demora.
Vamos viver no azul profundo

Enedina