quarta-feira, 30 de junho de 2010

O amor de Juliet II


Juliet esperava por Arthur dia e noite, correndo sobre as rochas, esperava-o chorando... E de vez em quanto ia ao vilarejo em busca de comida e água, e assim se passaram quatro anos.
De dia ela passava na praia escutando o mar olhando para todos os lados para ver se ele estava chegando. Quando o sol se escondia por traz do mar ela caia de cansaço então adormecia na areia. Acordava atordoada a noite e ia em direção ao ponto mais alto da montanha com suas longas vestes brancas seu cabelo em desordem e seus gritos de dor, ficava horas sentada numa rocha contemplando a luz e as ondas que vinha quebrara na praia.
Seus cabelos estavam brancos, pois a desgraça a envelheceu... Suas roupas rasgadas e seus pés calejados de tanto andar na terra, suas mãos rachadas pelo frio e pelo ar áspero do oceano. E ela estava pálida e magra, tinha os olhos fundos e apagados, sua boca estava entre aberta. Mas ainda tinha a tez dourada e queimada pelo sol, ainda tinha aquele olhar estranho que seduzia e atraia, ainda era a mesma alma apaixonada.
Quando via um homem, corria em sua direção, jogava-se aos seus pés, e o chamava de Arthur, e depois logo se afastava triste e desesperada dizendo: Não é ele, não é ele!
Era uma bela noite, radiante de estrelas, toda calma como o mar, que vinha levemente contra as rochas. Juliet estava lá sempre sonhadora e esperançosa...Então não sei se era um sonho, mas Arthur apareceu para ele com mesmo olhas frio, e movimentos silenciosos.
-Estava a sua espera-Disse Juliet
Sua voz tremia
-Sente-se comigo sobre esta rocha
Arthur então disse: Porque me pediu para vir aqui?
- Por quê?...Ó Arthur... Mas eu o amo! Quando você vê esse meu sorriso (então passou o braço em volta a cintura dele), quando sente o meu hálito, quando meus cabelos roçam em tua boca, diga, não bate nada mais forte em sue peito?
-Não! Respondeu rapidamente.
Mesmo assim ela o contemplou, aninhou-se em seu peito, encheu-o de beijos e carinhos, e ele se mantinha calmo sob os abraços, frio sob os beijos.
Precisava ver esta mulher se esgotando de ardor, expressando tudo o que ela tinha, amor, paixão poesia, Juliet palpitava de amor. E Arthur permanecia imóvel e com o mesmo olhar de desprezo.
Juliet estava esgotada depois de tentar o ultimo esforço de amor sem nenhum resultado...E correu em direção aos mais altos rochedos e lançou-se num salto, fez-se um silencio de alguns segundos, e Arthur ouviu um barulho de um corpo pesado caindo na água.
 Arthur permaneceu imóvel no mesmo lugar que Juliet havia o abandonado por horas, ate que uma onda estendeu sobre a areia o corpo de Juliet já morta.
Arthur levantou-se e foi olhar de perto... Tocou sua mão com a ponta dos seus sapatos e percebeu que ali não havia mais alma, e permaneceu de pé olhando vagarosamente o corpo aos seus pés por horas ate que uma onda forte veio e a arrastou para as profundezas do oceano.
Uma chuva fina e abundante escurecia a luz duvidosa da lua, o vento vergava as flores, havia no ar como um barulho estranho de lagrimas e de soluços, parecia gemidos roucos e murmúrios, elevando-se do mar com uma voz em forma de canção que dizia:
 No mar te esperei
No mesmo mar eu morri
Sob o mar retornei
Para perto de ti
Venha comigo agora
Conhecer a parte debaixo do mundo
Por favor, não demora.
Vamos viver no azul profundo

Enedina

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